segunda-feira, 16 de junho de 2008

Como Virar o Copo?


Quando falamos em práticas pedagógicas, desde a perspectiva construtivista de Piaget, em que a criança é o agente do seu próprio saber; a teoria da zona de desenvolvimento proximal de Vigotsky, o espaço entre a capacidade que a criança tem de resolver problemas de forma independente e o seu nível potencial de desenvolvimento, ou qualquer outra proposta educacional, o saber só será construído através de um processo de dentro para fora.
A mente do ser humano não é um arquivo em que possamos, a revelia da pessoa, ir armazenando conhecimentos, a fim de que, quando necessário, o indivíduo possa consultá-lo e localizar em que pasta o assunto está guardado.
Até um computador para arquivar determinado trabalho requer de quem o manuseia seguir certos passos, necessários à operação. Para cada passo, temos que clicar o que o próprio computador ordena.
Assim é o ser humano. Ninguém aprende o que não quer. Para que a aprendizagem se faça, é necessário clicar o botão MOTIVAÇÃO.
No processo ENSINO/APRENDIZAGEM, nada é assimilado se o educando não quiser aprender e apreender. Por isso, nem tudo o que se ensina pode ser considerado aprendizagem. É como se a mente da pessoa fosse um copo que desejamos encher com a água do saber. Para que isto aconteça, necessário se faz colocá-lo com boca para cima, e isso nem sempre os educadores percebem.
Em vista disso, é necessário que, se queremos ser realmente educadores, teremos que seguir os seguintes passos:
SENSIBILIZAÇÃO. O educador tem que ter a arte de trabalhar os sentimentos dos educandos, sem o qual, haverá uma barreira entre o que se quer ensinar e a aprendizagem efetiva, o que só será conseguido por um processo de empatia.
COMUNICAÇÃO. Estabelecido o processo de empatia, isto é, retraimento de sensações, emoções e comportamentos relativos a outra pessoa, numa tendência para aceitar um conteúdo, o canal receptor estará aberto para que a comunicação se estabeleça, sem que as interferências externas ou internas prejudiquem a qualidade da mensagem.
ASSIMILAÇÃO. Se o educando estiver curioso e seduzido ante os diversos tipos de saberes, todos os bloqueios estarão desfeitos e o educador terá condições de acessar as regiões da mente do seu educando e, com isso, estabelecer a relação ensino/aprendizagem.
APLICAÇÃO. Os saberes só serão construídos se o educando ver aplicabilidade neles. Em função disso, o educador terá sempre que relacionar o que quer ensinar com uma utilidade, estabelecendo relações entre os conteúdos e o dia-a-dia do aluno.
Se o que se quer é uma pessoa que seja capaz de questionar, ser crítica, sem ser mordaz, ver no ato de aprender motivações para que seja feliz, exercendo a cidadania de forma consciente, uma EDUCAÇÃO verdadeira só será aquela que consiga atingir esses objetivos.
O professor ou qualquer pessoa responsável pelo ato de educar tem que ser o artesão desse processo, fazendo com que o educando coloque o "copo do saber" de boca para cima.
Lydiênio Barreto de Menezes

Fonte: http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo317.html

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